
Foto: Jeferson Barbosa/ISA.
PUNTA ROCAS, Lima / Peru (Domingo, 14 de dezembro) – O carioca Pablo Gabriel é o quarto melhor do mundo em 2025, entre os surfistas com até 16 anos de idade. Ele fechou a participação da Seleção Brasileira Junior da Confederação Brasileira de Surf, com a medalha de cobre na categoria Sub-16 do ISA World Junior Surfing Championship 2025 no Peru. A medalha de ouro ficou com o australiano Ocean Lancaster, a do Sub-18 masculino foi vencida pelo espanhol Dylan Donegan e as campeãs nas finais femininas, foram a norte-americana Bailey Turner na Sub-16 e a espanhola Sol Borelli na Sub-18. Já o título de melhor equipe ficou com a Austrália pelo segundo ano consecutivo e o Brasil terminou em terceiro lugar, entre os 57 países representados por 427 surfistas nos 9 dias de show de surf da nova geração nas ondas de Punta Rocas, em Lima.
“Estou felizaço mesmo tendo terminado em quarto lugar. Não era o resultado que eu queria, mas foi o que Deus quis e eu ainda tenho dois anos de ISA Junior pra conseguir a medalha de ouro”, disse Pablo Gabriel. “No ano passado eu fui muito mal, não passei da repescagem e agora terminei como quarto melhor do mundo. Foi o que Deus quis e vamos partir pra próxima, treinar mais, se dedicar mais e estou feliz com o resultado. Quero agradecer toda a Confederação Brasileira por essa conquista, pelos treinos do ano todo se preparando para esse campeonato e é isso, bora pro próximo”.
A decisão do título Sub-16 abriu a disputa pelas medalhas no domingo de ótimas ondas em Punta Rocas e os três adversários do Pablo Gabriel, bateram todos os recordes desta 21.a edição do Mundial Junior da ISA. O brasileiro liderava a bateria até quando restavam 10 minutos para o término, com as notas 7,67 e 6,33 das duas primeiras ondas que surfou. Mas, seus oponentes já tinham uma nota no critério excelente do julgamento. O australiano Caden Francis detonou uma onda que arrancou nota 9,57, a maior dos 9 dias do ISA World Junior 2025 no Peru. Um dos 5 juízes deu nota 10 para ele.

Foto: Pablo Franco/ISA.
O outro australiano, Ocean Lancaster, já somava um 8,13 e o argentino Thiago Passeri tinha um 8,40. Uma outra série de boas ondas entrou quando restavam 5 minutos e Ocean Lancaster tirou a liderança do Pablo Gabriel com uma nota 7,33. Mas, Caden Francis assumiu a ponta somando 6,37 com o recorde 9,57. Só que ainda entrou outra série de ondas excelentes nos minutos finais, para o público assistir mais um verdadeiro espetáculo das arquibancadas de Punta Rocas, que lotaram no domingo.
Ocean Lancaster precisava de 7,82 para vencer, Thiago Passeri de 7,55 e os dois destruíram suas ondas, arriscando manobras nos pontos mais críticos e variando batidas e rasgadas executadas com muita pressão e velocidade. Ambos comemoraram bastante, quando completaram suas ondas. A nota do argentino Thiago Passeri saiu primeiro e ele botou a mão na medalha de ouro, com o 8,17 registrando um novo recorde de 16,57 pontos no campeonato. Mas, a nota do australiano Ocean Lancaster foi maior e ele atingiu 17,13 pontos com o 9,00 recebido, que valeu a medalha de ouro.

Foto: Pablo Franco/ISA.
ESPANHOL DYLAN DONEGAN VENCE O OURO NO SUB-18 COM NOVO RECORDE
Esse somatório ainda foi batido depois pelo espanhol Dylan Donegan, que conquistou o título mundial Sub-18 por 17,50 pontos, somando notas 9,00 e 8,50. O surfista das Ilhas Canárias fez história com o novo recorde de pontos no ISA World Junior 2025 e também, por ser o primeiro surfista a ganhar duas medalhas de ouro seguidas em duas categorias, na Sub-16 no ano passado e na Sub-18 agora. Na final do domingo, Dylan Donegan derrotou os havaianos Jacob Turner que ficou com a medalha de prata e Tiger Abubo com a de bronze, além do inglês Lukas Skinner, que levou a medalha de cobre.
Nas categorias femininas, os títulos só foram decididos nas ondas surfadas nos últimos minutos. Na Sub-16, a peruana Catalina Zariquiey se destacou durante toda a semana e liderou toda a bateria de 30 minutos. Mas, a disputa estava acirrada, com as quatro finalistas na mesma casa dos 12 pontos das duas notas computadas. No último minuto, a norte-americana Bailey Turner surfou uma onda e ficou um longo suspense pela divulgação da nota. Ela precisava de 6,10 para tirar a medalha de ouro da Catalina Zariquiey e recebeu 6,30, virando o placar para 13,07 a 12,87 pontos. A australiana Lucy Darragh ficou em terceiro com 12,66 e a havaiana Zoey Kaina em quarto com 12,26 pontos.
E na última disputa por medalhas no domingo, deu Espanha de novo dominando a categoria Sub-18 no ISA World Junior Surfing Championship 2025 no Peru. Sol Borelli conquistou a medalha de ouro por 15,33 pontos, somando notas 8,33 e 7,00. A de prata foi vencida pela australiana Milla Coco Brown com 14,60 pontos, a de bronze ficou com a francesa Clémence Schorsch com 13,00 e a chinesa Yang Siqi, que disputou os últimos Jogos Olímpicos de Paris, levou a de cobre com 11,37 pontos.

Foto: Pablo Franco/ISA.
ISA WORLD JUNIOR É A PRINCIPAL COMPETIÇÃO DE BASE DO SURF MUNDIAL
O ISA World Junior Surfing Championship é, verdadeiramente, a principal competição das categorias de base do mundo. No Peru, foi apresentada a nova geração que poderá brilhar no cenário internacional nos próximos anos. Essa 21.a edição estabeleceu um novo recorde de 57 países representados por 427 surfistas. O Brasil foi uma das 13 nações que chegaram no domingo para disputar as medalhas em Punta Rocas, com Anuar Chiah parando na semifinal que classificou Pablo Gabriel para a decisão Sub-16. O ISA World Junior é o evento que marca o início da caminhada rumo as Olimpíadas ou ao Circuito Mundial.
Dos 72 surfistas que participaram das duas edições que o surf disputou medalhas nos Jogos Olímpicos, 59 competiram no ISA World Junior. Entre eles, os campeões mundiais Gabriel Medina e Filipe Toledo, que em 2011 festejou seu primeiro título internacional, com a medalha de ouro Sub-16 nas mesmas ondas de Punta Rocas, no Peru. A medalha de prata nas Olimpíadas de Paris 2024, Tatiana Weston-Webb, também iniciou sua carreira no Mundial Junior da ISA, assim como as campeãs mundiais Carissa Moore e Caroline Marks, entre tantas outras.


